"Além dos sinais externos que denunciam - cabelos brancos, cabelo nenhum, rugas, barriga, essas indignidades - as gerações se reconhecem pelos jogadores de futebol que se têm na memória"

Luis Fernando Veríssimo

27 de fev. de 2011

Futebol "moderno" e nostálgico

Falar das qualidades do Barcelona é chover no molhado. Que é, atualmente, o melhor time do mundo, ninguém discorda. Pelo menos ninguém que tem o mínimo de noção e bom senso. Digo isso porque já ouvi por aí que o Barcelona só joga o "fraco" campeonato espanhol e blá blá blá. Besteiras que não merecem o mínimo de atenção.

Nostalgia. Uma das palavras que define o futebol do Barcelona. Talvez não a mais comum, mas com certeza a mais significativa. Nostalgia em relação aos grandes esquadrões que outrora encantaram o mundo, tal como faz o clube catalão hoje em dia.
Embora considere que o Barcelona de Messi, Xavi e Iniesta já está entre os grandes times da história do futebol por ter tantas semelhanças com os mais espataculares times que marcaram época, há um detalhe nesse time que é o retrato do "futebol moderno"; volantes que "jogam bola".

"Futebol moderno" entre aspas porque não é algo novo, mas algo que se perdeu ao longo dos anos. Em algum momento resolveram que "Dungas" eram a melhor maneira de se marcar no meio-campo. Brucutus tomaram conta do setor mais nobre do campo e o futebol ficou mais pobre e chato de se ver.

Mas, como já discorri sobre o assunto "volantes no futebol atual" há tempos atrás aqui no blog(clique aqui para conferir), não vou me prolongar muito. Apenas observem os dois primeiros gols do Barcelona na vitória diante do Mallorca pela última rodada da Liga...


O primeiro é um passe magistral. "Momento Xavi" de Keita, volante que nem titular absoluto é.

O segundo um lançamento sensacional de Sergio Busquets. Primeiro volante, responsável pela proteção à defesa.

Volantes que dão combate e sabem o que fazer com a bola nos pés são peças fundamentais nos dias atuais, muitas vezes decidem partidas em que os meias estão muito bem marcados ou ausentes, como a de hoje. Xavi não jogou e Iniesta e Messi, quando voltava para armar o time, sofriam com a boa marcação do time da casa. Marcação que caiu por terra depois do primeiro gol catalão, que como já vimos, teve participação decisiva de Keita.

Aliás é incrível como a vantagem mínima de 1x0 toma proporções gigantescas quando se trata de Barcelona.

Como parar um time que cria os espaços onde eles não existem ? Sir Arsene Wenger talvez tenha a resposta. Dia 8 de março descobriremos.

OBS: O que foi o chute de Pedro no terceiro gol ? A primeira impressão é de que a bola iria na Lua, tanto que o goleirão pula e tira a mão, e de repente a bola simplesmente "cai" dentro do gol.
"Momento Didi" de Pedro.

25 de fev. de 2011

Erstaunlich Bayern

Técnico ganha jogo ? Há quem diga que não, mas há controvérsias, e a maior delas tem até nome; F.C Internazionale Milano ou simplesmente Inter de Milão.

O time da Inter que entrou em campo para enfrentar o Bayern pela oitavas-de-final da Champions ontem, é praticamente o mesmo que entrou em campo para enfrentar o Bayern na final da Champions na temporada passada, a única "pequena" diferença, que sequer entra em campo, é José Mourinho, que não está mais no banco de reservas. Saiu depois de vencer tudo que era possível, e parece ter levado o futebol dos nerazzurri na bagagem.

A partida não foi das melhores, aliás como a final da Champions 09/10, e como na final, o talento individual fez a diferença. Só que desta vez, em favor dos alemães. Em pleno Giuseppe Meazza.


Digam o que quiserem os cornetas de plantão, mas Arjen Robben é craque. Joga demais o canhoto holandês. E com um petardo venenoso pra cima do melhor goleiro do mundo, decidiu mais uma.

Arjen Robben

O time da Inter parece viver, ainda, a ressaca da fantástica temporada passada. A intransponível defesa que parou o Barcelona no Camp Nou já não é mais a mesma, Maicon, peça fundamental na era Mourinho, não é sombra do já foi, e convenhamos, Stankovic, Pandev, Chivu...é duro.

A Inter tem agora 15 dias para fazer o que não fez em toda temporada, reencontrar seu futebol. Talvez uma ligação para Madri ajude. Agora, vencer o Bayern por dois gols de diferença, na Alianz Arena, me parece tarefa para a Inter versão 2010, já a 2011...

23 de fev. de 2011

Com cara de Brasil

"A partir de agora vamos negociar nossos direitos de transmissão sozinhos e com quem quisermos"

É a cara do Andrés Sanches.


"O São Paulo tem 24 horas para devolver a Taça das Bolinhas"

Politicagem, a cara da CBF.


Reapresentação adiada para...


A cara do Adriano.



A cara do futebol brasileiro.

18 de fev. de 2011

Isso é Brasil

Três torcedores armados, dentro de um estádio, em uma competição oficial organizada pela entidade máxima do futebol brasileiro.


E nada acontece.

Isenção fiscal de até 320 milhões para a construção do "Fielzão". Se isenção fiscal não é dinheiro público, é o que então ?

E ainda me perguntam a razão da minha preferência pelo futebol do velho continente.

17 de fev. de 2011

Jogos que contarei aos meu filhos #1 Arsenal 2x1 Barcelona 17/02/2011


O jogo foi tudo o que dele se esperava, ataque x ataque, o duelo do futebol arte, com um final épico diante de uma torcida em êxtase. Simplesmente espetacular.

Sem mais.

Quem viu, viu, quem não viu, pode se lamentar.


Xadrez no Emirates

Esse é o time do Barcelona hoje, mas apenas no papel, porque depois que entra em campo não me pergunte quem fica onde...


A movimentação do time de Pep Guardiola é fantástica. Messi joga como um falso centroavante que gira por todo o campo, volta para armar o time abrindo espaço para as infiltrações em diagonal de Villa e Pedro, que ao invadirem a área abrem o corredor para Maxwell e Dani Alves, e para os avanços de Iniesta que por diversas vezes inverte o lado com Xavi, principal responsável pela saída de bola.
Com o já conhecido toque de bola sensacional, o Barcelona teve 61% de posse de bola no primeiro tempo.

Jogava como queria, do jeito que queria, dando margem à principal arma do arsenal inglês...



... o contra-ataque.

Arsene Wenger mandou seu time à campo em um 4-2-3-1, Wilshere e Song eram os encarregados de anular Iniesta e Xavi. Com Fàbregas vigiado de perto, Nasri e Walcott tinham a tarefa de conduzir o time ao ataque e voltar para acompanhar as subidas de Maxwell e Dani Alves e evitar o 2x1 nos laterais Clichy e Eboué, tarefa que Nasri só conseguiu executar no segundo tempo, tempo esse que certamente ficará marcado na memória do torcedor dos Gunners.

Com um contra ataque letal, apenas seis toques na bola antes dela acabar nas redes do Barça, o Arsenal venceu o melhor time do planeta. Mas não se engane, o Arsenal não foi só contra-ataque, em determinados momentos da partida pressionou e foi melhor provando que é possível encarar o Barcelona jogando bola, né Mourinho ?

2x1 e o time de Londres leva agora uma vantagem mínima e perigosa para o Camp Nou, mas que dá a oportunidade de utilizarem sua principal arma, os contra-ataques. O problema, é que para jogar nos contra-ataques, terá que oferecer o controle da partida ao Barcelona em seus domínios, você se arriscaria ?

Destaques da partida: Nasri, apenas pela grande jogada, e calma, no lance do segundo gol inglês, e Wilshere que foi muito bem na marcação e na saída de bola, grande jogador.
Pelo lado do Barcelona, Iniesta porque simplesmente não errou um passe, sensacional. Saiu por opção tática. Messi estaria aqui também não fosse os dois gols, cara-a-cara, perdidos. Gols aliás que podem fazer uma faaalltaa...

16 de fev. de 2011

Pré-jogo(do ano)

Ainda nem chegamos na metade de fevereiro e já estamos as vésperas do primeiro "jogo do ano".


Arsenal e Barcelona medirão forças pelas oitavas-de-final da Liga dos Campeões, reeditando a final de 2006, vencida pelos catalães.

O duelo colocará frente à frente os clubes que melhor tratam a redonda no futebol atual.
Dois times que valorizam a posse de bola, priorizam o ataque e, ambos, estão recheados de jogadores capazes de desequilibrar.

Não há boleiro no mundo hoje que não reverencie o Barcelona. Para todos o melhor time do planeta na atualidade. De fato é. Entretanto, o Arsenal só não faz companhia ao Barcelona no status de "melhor do mundo" pela falta de títulos nos últimos anos, por algumas vezes culpa do próprio Barcelona, porque futebol para isso não falta.


Fàbregas, Walcott, Arshavin, Van Persie, Nasri  x  Messi, Villa, Iniesta, Xavi, Dani Alves
Nem querendo esses jogadores fazem um jogo ruim.

É jogo de futebol para sentar, assistir, apreciar e aplaudir.

Como definiu o diário MARCA: "Silêncio, se joga"


O arsenal do Arsenal.

Acredito que a parte destoante das equipes seja a dupla de zaga, porém como Puyol é desfalque e sequer viajou para Londres, o duelo fica ainda mais equilibrado.
Tenho acompanhado os jogos do Arsenal na Premier League e não acredito em grandes mudanças no time. Arsene Wenger já disse em entrevista coletiva que a equipe manterá sua filosofia de tentar dominar a partida, portanto o treinador dos Gunners deve manter o 4-3-3, a dúvida fica somente pela presença ou não de Samir Nasri que volta de lesão. Caso o francês não possa começar jogando, o que seria péssimo para o time inglês, o russo Arshavin deve começar a partida mantendo a equipe no mesmo esquema.

Movimentação ofensiva do Arsenal
Arsene Wenger conta ainda com boas opções ofensivas no banco como o dinamarquês Bendtner e o marroquino Chamakh, além de Tomás Rosicky para a meia cancha.

15 de fev. de 2011

O fim de uma era


O título do post pode parecer um exagero para muitos, mas é exatamente esse o meu sentimento ao ver Ronaldo anunciar o fim da sua linda e vitoriosa carreira.

Se olharmos para a história do futebol veremos dezenas, centenas de grandes jogadores, craques que encantaram o mundo, mas mesmo entre esses grandes jogadores, são poucos os que marcam época.
Aqueles que são capazes de marcar a vida de uma geração inteira, arrastar multidões nos quatro cantos do mundo fazendo garotos sonharem de olhos abertos, são poucos, muito poucos.

Há quem diga cheio de orgulho de que cresceu vendo Pelé, outros enchem a boca para dizer que estavam no Maracanã para ver Zico em ação, há ainda os que enchem o peito para contar como o Baixinho era genial dentro da área, eu, me orgulho de dizer que cresci vendo Ronaldo, Fenômeno, transformar a camisa 9 em sinônimo de craque, de goleador.

Um dos maiores atletas da história do esporte

Ronaldo nos presenteou dentro de campo, e nos ensinou fora dele.

Eu só tenho a agradecer e lamentar.

Agradecer por cada lembrança espetacular, que vou levar para sempre, proporcionadas por esse Fenômeno, como os dois jogos de Copa do Mundo mais marcantes da minha vida, duas semi-finais, Brasil x Holanda (1998) e Brasil x Turquia (2002).


Agradecer por todas as histórias que tenho para contar aos meus filhos um dia.

Agradecer por ter sido ele "o cara" da minha geração.

E a lamentar, apenas o, inevitável, fim. E o desrespeito de muitos, os mesmos que vibraram com cada um dos seus gols, os mesmos que agora irão enaltecer Ronaldo se esquecendo das várias piadas de mal gosto de uma semana atrás feitas para vender jornal.

O melhor atacante da história do futebol

Obrigado Ronaldo Luíz Nazário de Lima, pelo privilégio de vê-lo do começo ao fim. Eterno e único Fenômeno.

11 de fev. de 2011

Fama que não se justifica

5 títulos mundiais, um sentimento que beira o fanatismo, e que muitas vezes leva o ser humano de volta à mais primitiva das suas formas de ser e agir, rivalidades entre clubes que estão entre as maiores do mundo, Pelé...
Essas são algumas das razões que nos levaram ao status de "país do futebol".

Porém, há algum tempo que venho me questionando se essa afirmação realmente procede. E a cada "politicagem" que vemos nos clubes e no âmbito esportivo nesse país, me convenço mais de que essa afirmação é na verdade uma auto-avaliação embasada apenas na história dentro de campo, o que é insuficiente para tal fama.

Não se trata de "complexo de vira-lata", de forma alguma. Se tivéssemos a oportunidade de abrir as "caixas pretas" de todos os clubes do mundo, talvez os amantes do futebol entrassem em extinção.

O ponto em questão, e que me faz questionar essa afirmação, é que, no meu modo de ver, tratamos o futebol muito mal, em alguns casos com absoluto desprezo, para podermos bater no peito e afirmar "somos o país do futebol".

Nem é preciso ir muito longe para notar os maus tratos e o abandono do futebol no Brasil. Quem acompanha os estaduais de perto sabe bem o estado em que se encontra os estádios pelo interior dos estados.
Estádios em condições precárias, as vezes faltam até mesmo eletricidade e água quente, recebendo jogos oficiais de primeira divisão. Em muitos sequer há área para imprensa.
E o que dizer sobre a (não)organização da Copa São Paulo de Futebol Júnior ?

Para onde vai os milhões de orçamento do Ministério do Esporte todo ano ?

Em contra partida, venho acompanhando muito de perto nos últimos tempos a Barclays Premier League(Campeonato Inglês) e é muito bacana ver como é tratado com carinho o futebol na Inglaterra.


É bom que se diga, para os que não acompanham, que o sentimento de amor ao futebol dos ingleses não perde em nada ao dos brasileiros, pelo contrário, a paixão dos ingleses pelo esporte que eles mesmos criaram é algo indescritível, maluco até. Tanto que tem jogo de futebol quase todos os dias da semana. A liga e as Copas(Copa da Liga Inglesa e a Copa da Inglaterra) não param nem nas festas de fim de ano.
E antes que você pense em questionar o calendário, saiba que não há sobrecarga de jogos para nenhum time. 4, 5 dias de folga em média entre uma partida e outra. O nome disso ? Organização.

Emirates Stadium - Estádio do Arsenal - Simplesmente ESPETACULAR

O dinheiro que se gasta em um ingresso lá, é muito bem gasto. Estádios, impecáveis, que oferecem o máximo de conforto ao torcedor, com gramados que parecem um tapete. Por essas e por outras estão sempre lotados. O Manchester United por exemplo, tem média de público de 70.000 pessoas por jogo, enquanto no Brasil, um clássico como o último São Paulo x Santos foi jogado para pouco mais de 9.000 pagantes.
O que se vê na terra da rainha é um show de organização em todos os aspectos; Venda de ingressos com filas de 10 minutos; Segurança tão eficaz que torcedores visitantes chegam, as vezes fazendo festa, no estádio adversário e são recebidos tranquilamente. O que não deixa de ser uma lição de civilidade, enfim, tratam o torcedor e o futebol com o carinho e o respeito que ambos merecem.

A Barclays Premier League é um show visual até mesmo para quem acompanha pela televisão. Além do show de imagens durante os jogos, há pequenos detalhes que fazem toda a diferença...




Outro fator que salta aos olhos, é de que não há jogo ruim no campeonato inglês. Sempre fui contra essa história de que o futebol brasileiro é "nivelado por baixo", muito mais com a volta dos grandes nomes, contudo, ser flexível, saber rever seus conceitos e mudar sua opinião se for o caso é uma virtude quando se fala de um assunto tão dinâmico como futebol.
Seja qual for o jogo da rodada que você opte por assistir, é certeza de gols, qualidade técnica e emoção, do confronto entre o lanterna e o penúltimo ao clássico entre líder e vice-líder. Já no Brasil, bom, alguém gostou do que viu no último clássico entre Cortinthians e Palmeiras ?

Há ainda um último aspecto que considero dos mais importantes e que nos diferencia e muito dos inventores do futebol. O povo inglês não compartilha da que considero a pior característica do povo brasileiro, a memória curta.
Os ingleses valorizam sua história, são gratos aos seus grandes ídolos.
Praticamente todos os clubes possuem em seus Ct's ou estádios, muitas vezes na entrada, estátuas, enormes paineis, bustos entre outras coisas que lembrem os grandes craques que ajudaram a construir suas respectivas histórias. Nomes que foram responsáveis muitas vezes por suas maiores glórias.

Estátua das lendas George Best, Dennis Law e Bobby Charlton, situada em uma das entradas do Old Trafford, estádio do Manchester United

Acompanhar a Barclays Premier League é correr o risco de se desiludir completamente com o futebol brasileiro, porém, se você é um amante do futebol e aprecia tudo que envolve o jogo, não só o que acontece quando a bola rola, sugiro que comece a olhar mais de perto para o futebol na terra da rainha, e depois responda, qual é o verdadeiro país do futebol ?

7 de fev. de 2011

Derrota para as circunstâncias

Parecia que ela nunca viria, mas enfim chegou, a primeira derrota da seleção brasileira no pré-olímpico sub-20. Justamente contra nossos maiores rivais, históricamente uma pedra em nossa chuteira no sonho do ouro olímpico.

Dizer que "o Brasil perdeu para sí mesmo" e tirar os méritos do adversário já é um clichê no futebol brasileiro. Faço parte daqueles que cornetam essa "arrogância" brasileira, mas em partidas como a de hoje, é impossível dizer o contrário.

O time brasileiro é muito superior ao argentino, fato. Salvo alguns talentos como Iturbe e Royos, essa é talvez, a seleção pré-olímpica mais fraca dos hermanos nos últimos anos.
Porém, como, modéstia parte, esse blogueiro vem alertando há tempos, a superioridade e o talento brasileiro se perderam no temperamento e na falta de autocontrole.


Juan, zagueiro que começava a ganhar um fã aqui em casa, foi expulso em um lance absolutamento infantil, desnecessário e que é o retrato da imaturiadade de um time de garotos, deixando o Brasil em desvantagem numérica logo aos 6 minutos de jogo. Não satisfeito, protagonizou o lance dentro da área brasileira. Resultado: Pênalti, 1x0 no placar e 11x10 dentro de campo.

Mesmo sendo superior técnicamente, jogar um Brasil x Argentina com um homem à menos é muito complicado. Ney Franco foi obrigado a sacrificar o meio campo brasileiro, sacando Oscar, para recompor a defesa, com Romário.

A partir daí começou o show brasileiro. Show de garra, disposição, entrega dentro de campo, vontade, luta em busca do gol de empate.
Se você ligou sua televisão e começou a assistir a partida depois dos 10 minutos iniciais, certamente não percebeu que o Brasil jogava com um jogador a menos.
O Brasil tinha mais posse de bola, controlava as ações diante de uma, surpreendente, Argentina acuada que não conseguia fazer prevalecer sua superioridade numérica.

A garra brasileira foi recompensada com um belíssimo gol de empate de William, e quando parecia que uma vitória histórica de aproximava, o outro defeito grave do time de Ney Franco, a desatenção quando o jogo é paralisado, decidiu a partida.
Em um lance de "bola ao chão" a zaga brasileira "cochilou" e Iturbe, um oasis de talento no deserto argentino, fez um golaço e decretou o primeiro revés de Neymar e cia.

Iturbe - O novo Messi [ mais um ]

Neymar, que como todo time brasileiro, demonstrou muito nervosismo e acabou levando o segundo cartão amarelo e está suspenso para próxima partida, problema sério para o outro Ney resolver.
Apesar do cartão, o garoto, de agora 19 anos, demonstra uma característica que faz parte do verdadeiro craque. Neymar não se omite, não se esconde quando seu time entra em uma situação complicada como a de hoje, pelo contrário, se apresenta, chama o jogo e a responsabilidade e honra seu status de principal jogador do time.
Diferente de alguns astros por aí que se dizem grandes craques mas só brilham em jogos fáceis contra times fracos. Os torcedores do Real Madrid que o digam.

O saldo para a competição é ruim, o Brasil agora se vê obrigado a vencer dois compromissos complicados, Equador e Uruguai, mas o saldo com a torcida, ao menos com esse que vos escreve, é muito positivo. Como diria minha mãe, fã de futebol e responsável pelo meu DNA futebolístico; "Perder assim, pode".

Análise Tática

Depois da expulsão de Juan, Ney Franco sacou Oscar para recompor a defesa. Como a marcação argentina pelo meio faria 2 contra 1 em Lucas, por sobrar um homem, e a criação da seleção ficaria comprometida, inteligentemente, Ney abriu Lucas para o lado esquerdo e liberou Alex Sandro para apoiá-lo por aquele setor, segurando Danilo para fazer um terceiro zagueiro pela direita. Os resposáveis pela criação no meio foram Casemiro e William, que voltava para buscar o jogo e fazer o pivô para os homens que vinham de trás e consequentemente abrindo espaços para as inflitrações em diagonal de Neymar.


Na segunda etapa Neymar e Lucas inverteram os lados para que os companheiros de Santos trabalhassem pelo lado esquerdo, e foi exatamente dali que saiu a jogada do gol de empate.

Ney Franco mostrou mais uma vez a costumeira inteligência tática. Apesar da derrota e da ausência de Neymar para o jogo decisivo diante do Equador, a seleção irá á Londres 2012, podem me cobrar.

3 de fev. de 2011

Esse mundo está perdido !

Teve de tudo essa semana...


O mico do ano já tem dono, o Corinthians. Digam, argumentem, expliquem, esperneiem o que quiserem, fato é que o time do Tolima é patético, e o Corinthians conseguiu ser ainda mais.
Analisar o quê ? Um show de horrores de 180 minutos.
Com todo respeito ao clube colombiano, mas tomar "olé" de Deportes Tolima é mais que mico, é um KING KONG !


 
Gol de goleiro, de cabeça, que se machucou na comemoração, teve que sair, o time já havia feito as três substituições, o atacante mais baixinho foi para o gol e salvou um gol de bola aérea nos acréscimos.

Steven Spielberg não faria melhor !


E teve clube europeu que parece ter aproveitado a janela de transferência para pular do décimo andar.

Fernando Torres  133 milhões ??????
David Luis  53 milhões ?????????
Andy Carroll  93 milhões ???????
Luizito Suares  60 milhões ???????

MEU DEUS...
 

2 de fev. de 2011

Fator "Ney"

Definitivamente os Ney's são os grandes responsáveis pela provável, muito mais depois da inesperada derrota dos hermanos, vaga olímpica brasileira.

Neymar pelo exuberante futebol que mostra a cada partida, e Ney Franco pelo excelente trabalho no comando tático e psicológico de uma seleção talentosa, mas que por vezes perde-se dentro de campo, hora por displicência, hora por nervosismo.


Ney Franco tem uma característica fundamental para todo treinador vitorioso; a capacidade de mudar a forma da equipe jogar sem alterar as peças. Ney Consegue fazer uma leitura perfeita do que está acontecendo em campo.
Na partida de hoje pudemos observar bem isso. Embora a seleção tenha começado bem, com bom volume ofensivo, a marcação de meio campo não encaixou. O setor defensivo dava muito espaço para o setor de criação da equipe chilena e em determinado momento do primeiro tempo a pressão estava toda sob a seleção brasileira.

Na segunda etapa, certamente por ordem do treinador, a seleção voltou à campo com a mesma escalação, mas com outra postura. Ney recuou as linhas de marcação e a seleção passou a marcar com todos os jogadores atrás da linha da bola, jogando de forma mais compacta. Os espaços que antes sobravam para o ataque chileno desapareceram, e o Brasil matou o jogo. 5x1 com autoridade e com direito a "olé".


Ah, e alguém avise chilenos, paraguaios e cia que pontapé e cara feia o Brasil responde é na bola.