Lógica e futebol não têm lá um relacionamento muito afetuoso. Uma tenta se impor, o outro insiste em contrariar, e ambos têm suas vantagens e desvatangens.
Se você tem o melhor time, a lógica te diz, por motivos óbvios, que você tem mais chances de ganhar. O futebol te diz que se você quiser ganhar, terá que fazer por merecer. Nome não ganha jogo. Se você tem um padrão de jogo definido e jogadores que se conhecem, a lógica diz que você tem mais chances de ganhar. O futebol te obriga a colocar a teoria em prática a cada novo jogo. Papel, campo... Se seu time conquistou tudo que era possível, a lógica te diz que ele é o melhor, o "time a ser batido". O futebol insiste em tratá-lo apenas como "mais um", que será abatido ao menor descuido.
As principais vantagens de ser o número 1 são sem dúvida as conquistas. Status. Reconhecimento. Soberania diante dos adversários. Respeito. Temor. Vantagens que são imediatamente combatidas pela principal desvantagem: estar em evidência - prego que se destaca é martelado.
O número 1 tem sempre a obrigação de se reinventar. Inovar. A velha história: a parte mais difícil não é chegar ao topo, mas se manter. Teoria conhecida por todos. Experiência vivida apenas por aqueles que conquistam algo.
O Corinthians chegou, está lá. Sabe bem o caminho que trilhou e o que fez para alcançar o tão sonhado topo. O problema é que todos aqueles que almejam seu lugar também sabem e começam a criar antídotos para combatê-lo. Em um mundo competitivo como o do futebol, reinventar-se é imperativo, para aqueles que desejam voltar, e para aqueles que não desejam sair de onde estão.