"Além dos sinais externos que denunciam - cabelos brancos, cabelo nenhum, rugas, barriga, essas indignidades - as gerações se reconhecem pelos jogadores de futebol que se têm na memória"

Luis Fernando Veríssimo

30 de out. de 2012

"E agora, JOSÉ?"

Todo mundo tem razão. Ninguém tem razão. Todo mundo discute. Alguns julgam. O assunto alimenta a imprensa por alguns dias. E vira argumento na memória de comentaristas e torcedores. Roteiro para "polêmica" quando o assunto é futebol.

"Pau que dá em Chico não bate em Francisco", já dizia o poeta[?]. Todos conhecem o estado caótico em que vive a arbitragem do futebol brasileiro. São 47 pesos e 68 medidas pra 20 times. - TOTAL - falta de critério e despreparo regem o comportamento daqueles que detém a palavra de ordem dentro de campo. Esperar o mínimo de qualidade e bom senso é pura utopia - ingênuidade ou burrice.

Não há investimento, não há qualidade. Simples. Investimento não apenas financeiro, mas profissional, esforço na intenção de melhorar a qualidade do "existente", e não para encontrar alternativas paleativas para ajudar a incompetência com mais incompetência.

Um profissional com o mínimo de preparo teria evitado a sinuca de bico em que se encontra o STJD agora. Validar o gol de Barcos significa validar o irregular. Anular com base em interferência externa significa abrir milhares de precedentes para todas as outras partidas do campeonato e colocar a credibilidade da competição em cheque. Anular a partida, idem.

Como diria Carlos Drummond de Andrade: "E agora, José?"
JOSÉ Maria Marin - Presidente da Confederação Brasileira de Futebol

18 de out. de 2012

Papo, chato, de boteco

Sabe aquele tipo de situação que acontece sempre mas quando te pedem um exemplo você nunca sabe o que falar? Pois é, me ocorreu em meio a uma discussão sobre ética no futebol dia desses.

Fim de Campeonato Brasileiro é sempre a mesma história. Fulano vai facilitar para siclano para prejudicar beltrano. Tema repetido. Remake de outros carnavais. De diferente apenas os personagens.

E é nesses momentos em que a discussão de boteco fica elitizada. Ética. Palavrinha que não condiz com a essência popular do futebol, mas que vez por outra acaba no contexto das rodas dos boleiros. Mas a questão que me chamou atenção dessa vez foi outra - até porque, a ética no contexto em que é sempre usada não serve para esse campeonato, pela simples razão de que, doa a quem doer, Atlético-GO, Figueirense, Palmeiras e Sport estão rebaixados. Fato consumado.

"Fulano não poderá jogar contra time "x" porque pertence a ele" - Como disse, não vai me ocorrer um exemplo agora, mas rodada sim outra também isso acontece - lembrei: Juan, não enfrentou o São Paulo, pelo Santos, porque pertence ao time da capital.

Existe uma expressão popular que diz: "Pode não ser ilegal, mas é imoral". Esqueça o futebol por um instante. Você "empresta" um profissional porque teoricamente não está completamente realizado com o trabalho dele na sua empresa. Ele busca aprimorar suas qualidades em outro local. Aumenta a qualidade da concorrência afetando consequentemente o valor de mercado seja lá do que for, produto ou serviço, oferecido. Mas, o mesmo profissional que valorizou o mercado, é impedido de atuar quando sua ação atinge de forma direta a empresa que o "dispensou". Contratualmente legal, mas ético?

O que será que os dirigentes pensam? "Fulano é um décimo segundo jogador nosso infiltrado no adversário para enfraquecê-lo, espioná-lo e quando estiver apto, voltar para o nosso lado. Mas claro, contra nós ele não pode atuar, pois conhece nossas fraquezas."

Quanta bobagem. Esse é o caminho que o futebol brasileiro está tomando, uma imensa discussão sobre burocracia chata e sem sentido. Ético, certo, errado, fair-play, blá blá blá. Enquanto isso, ninguém se lembra de comentar o que de fato importa:



E o que eu acho sobre o papo da ética? Ética no futebol é inerente a conveniência dos fatos. Se é bom pra mim é ético, se não, não é. #simplesassim