Parece que a falta de identidade é o preço a ser pago pelo chamado "profissionalismo" no esporte. Profissão e vantagens regem contratos e quebras do mesmo sem a menor cerimônia se assim for vantajoso para todos os lados. Esquece-se e relembra-se sem o menor pudor a trajetória desse ou daquele jogador com determinada camisa. Ídolos passam a ser repudiados e voltam a cair nas graças da torcida em um curtíssimo espaço de tempo.
O profissionalismo necessário no futebol é aquele que aperfeiçoa determinadas áreas que precisam de melhorias. Aquele que acaba com o amadorismo e qualifica profissionais com os perfis corretos para melhorar a gestão esportiva das instituições.
Porém, dispensa-se o "profissionalismo" que visa apenas interesses próprios e financeiros, ainda que todos - leia-se jogador, clubes e empresários - sejam beneficiados em uma negociação. Vestir a camisa de um clube significa muito mais do que o cumprimento de um contrato de trabalho, significa representar o sentimento de milhões, para muitos o sentido de uma vida.
Identidade. Paridade absoluta entre torcida e time, fundamental quando se trata de algo tão importante na vida de alguém. E se a falta dessa identidade é o preço a se pagar pelo "profissionalismo", precisamos rever as prioridades.