Toda Copa do Mundo tem aquele favorito que decepciona e aquela surpresa que a cada vitória deixa todos se perguntando: "Será?"
Em 2002, a então campeã França, voltou para Paris ainda na primeira fase, sem marcar um gol sequer. No mesmo ano, acompanhamos uma disputa de terceiro lugar entre Turquia e Coréia do Sul! Em 2006 foi a vez de um surpreendente Portugal, comandado por Felipão ficar entre as quatro melhores seleções do planeta. A decepção ficou por conta do quadrado mágico brasileiro formado pelos Ronaldos, Kaká e Adriano. Já na África do Sul, em 2010, a "surpresa" ficou por conta do renascimento da celeste uruguaia que ficou em quarto lugar e teve ainda o melhor jogador do mundial, Diego Fórlan. As decepções foram muitas, Itália, França e Costa do Marfim que chegaram muito bem cotadas, não passaram da primeira fase.
Como deu pra perceber, não é preciso voltar muito no tempo para perceber que a tônica de frustração e sucesso inesperado é uma marca do torneio de futebol mais importante do mundo. E se depender dos prognósticos, o Brasil corre o risco de presenciar uma das maiores zebras da história do futebol - pra não dizer a maior. Explico.
Em Junho vai desembarcar no Brasil uma seleção pouco notada por quem não acompanha o futebol tão de perto, e muito esperada pelos especialistas de plantão: A Bélgica.
Depois de surpreender a Europa, Marc Wilmots e seus comandados prometem dar trabalho na Copa no Mundo |
A seleção belga fez uma eliminatória impecável: 8 vitórias, 2 empates e nenhuma derrota. 18 gols marcados e apenas 4 sofridos. O time comandado pelo belga Marc Wilmots prima pela qualidade técnica, e vem jogando o fino da bola.
Sob as traves estão Simon Mignolet e Thibaut Cortois. O primeiro é um dos principais responsáveis pelo bom início de Premier League do Liverpool. O segundo é o arqueiro titular do Atlético de Madrid, uma das sensações da atual temporada do futebol europeu, que acaba de derrubar o Milan, em pleno San Siro, pela Liga dos Campeões - nesse jogo aliás, Cortois operou um milagre em uma cabeçada queima roupa dentro da pequena área.
Cortois é um dos principais responsáveis pela ótima temporada do Atlético de Madrid e sério candidato a melhor goleiro da Copa |
Se debaixo das traves a segurança está garantida, em frente a grande área a situação não é diferente. Vicente Kompany, titular do Manchester City desde 2008(campeão inglês em 2012) é o dono da zaga. Ao seu lado no time titular, Thomas Vermaelen, capitão do Arsenal. As opções no banco? Van Buyten e Jan Vertonghen. Buyten, apesar de reserva no poderoso Bayern de Munique é um nome a ser respeitado. Vertonghen, tem 26 anos e tem a versatilidade como grande trunfo, atua na zaga e na lateral esquerda. Foi disputado pelo principais times da Premier League no início da temporada, acabou no Tottenham.
Na cabeça de área aparece Mousa Dembélé, companheiro de Vertonghen nos Spurs, é um verdadeiro cão de guarda da defesa e ainda sobe bem ao ataque com bons arremates de longa distância. Alex Witsel, destaque do Zenit, da Rússia, também é outra boa alternativa. Fechando o meio campo, ninguém menos do que Marouane Fellaini. Atuando como segundo volante, foi o principal nome do Everton na temporada passada, desempenho que o rendeu um contrato com o Manchester United e pompa de salvador da pátria no meio campo dos Red Devils.
Hazard é o principal destaque da seleção belga |
O setor de criação da equipe vai bem obrigado. Eden Hazard, camisa 10 que atua no Chelsea dispensa apresentações. Rápido e muito habilidoso, joga pela meia esquerda, quase como um ponta de lança, arma o time e invade a área para finalizar. Ao seu lado na armação estão Kevin de Bruyne e Nacer Chadli, dois jovens que também atuam no futebol inglês. Bruyne é companheiro de Hazard no Chelsea, Chadli é outro que vem do Tottenham.
O ataque é o setor que menos impressiona nos nomes, mas que passa um dos melhores momentos. Dries Mertens fez uma boa temporada pelo PSV, da Holanda. Kevin Mirallas é outro bom nome que vem do futebol inglês. Mas o cara do momento no ataque belga é Romelu Lukaku, mais um que atua na terra da rainha, Lukaku faz ótima campanha com o Everton com média de um gol por jogo.
Centroavante forte e rápido, Lukaku é o homem gol da seleção e do Everton |
Marc Wilmots costuma armar a equipe no 4-2-3-1, o esquema dá mais liberdade para os alas atacarem já que os laterias têm poucas características ofensivas. Outro ponto forte é o entrosamento, já que esse time começou a ser montado em 2008, na Olimpíadas de Pequim.
A Bélgica está no Grupo H da Copa, ao lado de Rússia, Argélia e Coréia do Sul. Meu palpite? Se classifica em primeiro do grupo, e chega no mínimo até as semi-finais. Olho neles, são a surpresa com mais chances de título das últimas décadas.