"Além dos sinais externos que denunciam - cabelos brancos, cabelo nenhum, rugas, barriga, essas indignidades - as gerações se reconhecem pelos jogadores de futebol que se têm na memória"

Luis Fernando Veríssimo

15 de nov. de 2020

Paternidade sem modismo

Sempre fui modinha no esporte. Como são paulino cresci vendo meu time ser referência dentro e fora de campo. Morumbi, Reffis, CT Cotia, CT Barra Funda, títulos em profusão.

Discípulo de Sir Alex Ferguson e seu teatro dos sonhos, quando a conversa atravessava o oceano, continuava fácil argumentar.

Quando o papo pulava dos gramados para as quadras, continuava vestindo vermelho para me deliciar com o Chicago Bulls de Michael Jordan e Phil Jackson fazendo história a cada arremesso.

Foi fácil, natural e muito prazeroso crescer amando esporte.

Mas ironicamente, como um conto de fadas que acaba quando você cresce, o encanto e a vanguarda de quem antes era referência, acabou, justamente com a chegada da vida adulta. Alegrias e frustrações trocaram de lugar. E lá se vão anos.

Mas o que o adolescente não sabia é que a maior das alegrias ainda estava por vir para trazer de volta a emoção da expectativa, a paternidade.

A expectativa agora é voltar aos velhos relacionamentos de outrora. Mas, diferentemente desse atualmente, sofredor, minha nova companheirinha não terá o direito de escolher o conveniente modismo, já vai nascer tricolor, no teatro dos sonhos e vestindo o vermelho de Chicago. Se ela vai me agradecer ou não no futuro, só o tempo dirá.

Me julguem.