Inapelável. Frustrante como qualquer derrota - algo normal e aceitável. O Santos não conseguiu endurecer o jogo como se esperava tinha esperança que fizesse. Respeitou demais seu adversário - que é merecedor de tal respeito, diga-se - e pagou o preço por isso.
Se você acompanhou a partida de hoje agradeça pela oportunidade. O mundo acaba de se render ao último time da "linha do tempo" do futebol. Linha do tempo que realmente permanece eterna, que realmente vale a pena ser lembrada.
A Hungria de Puskas, o Real Madrid de Di Stéfano, o Santos de Pelé, o Ajax de Rinus Michaels, a Holanda de Johan Cruyff, a seleção brasileira de 82, o Milan de Van Basten, o Barcelona de Messi...
Times que não foram "apenas" grandes times - grandes times houveram e haverão centenas - mas que marcaram época por reinventarem a forma de se praticar o esporte.
Cada vez que o Barcelona entra em campo, vemos uma página de um capítulo da história do futebol sendo escrita. Por parte dos adversários não há o que fazer além de aceitar e reverenciar. A era Barcelona só será encerrada pelo próprio Barcelona. Todas, absolutamente todas as forças do futebol mundial já tentaram; o que se tem de melhor no planeta já ousou desafiar a supremacia catalã e todos foram derrotados com extrema autoridade pelos espanhóis.
A superioridade é tanta que ser goleado por eles não é vergonha alguma, tampouco perder, e até mesmo a dor da derrota é amenizada. Apenas a oportunidade de desafiá-los por 90 minutos já deve ser encarada como uma honra, e uma chance única de "aprender" a jogar futebol.
O Santos tentou e assim como tantos outros fracassou. O placar é indiferente, o Barcelona o constrói como e da forma que desejar, independente de quem esteja do outro lado, e até mesmo a pouca atitude do time santista é perfeitamente compreensível diante de um time que transcende a realidade do futebol.
O Barcelona é hoje o dono do mundo, mas não pelo troféu conquistado, mas por tudo que representa. E o será até o dia da renúncia. Aos demais cabe aceitar, reverenciar, observar e aprender. E é bom que se diga, o Santos está no caminho certo: o caminho que conduz a "linha do tempo" do futebol.