A nau são paulina está a deriva novamente, mas ao contrário
do que muitos pensam, não fazem poucos dias, e sim mais de seis meses. A embarcação são paulina foi à pique
quando a âncora que a mantinha em águas tranquilas se soltou e foi em direção
ao outro lado do Atlântico. Lucas.
Poucos meses de ausência do camisa sete foram suficientes
para a verdadeira realidade do time aparecer. Lucas era cortina de fumaça
perfeita para manter a tranquilidade dos cartolas e ofuscar sua incompetência.
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Ney Franco - Demitido depois de exatos 365 dias à frente do comando técnico do São Paulo |
O escudo da diretoria se foi, deixou os cofres do clube cheios, e um time órfão dentro de campo. Procura-se nova proteção contra a massa insatisfeita. Alguém tem que pagar essa conta. Sobrou para Ney Franco. É bem verdade que o treinador tem boa parte da culpa, não soube administrar os egos dos jogadores, dentro e fora de campo, errou nas escolhas táticas, não soube dar padrão de jogo ao time, e tempo para tudo isso não faltou. Mas a diretoria também tem uma larga fatia desse bolo.
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Lucas foi vendido ao PSG no meio do ano passado por mais de 100 milhões de reais, maior transferência da história do futebol brasileiro |
A venda de Lucas foi anunciada seis meses antes do garoto de fato deixar o time. Com tempo, e dinheiro em caixa, para buscar um, ou até dois jogadores com características semelhantes para suprir sua ausência, a diretoria insistiu na contratação de um meia completamente diferente, com uma relação custo-benefício pra lá de duvidosa. E lá se foram quase 30 milhões de reais.
Seis meses depois, eliminado pela enésima vez na semi-final
do campeonato estadual, humilhado nas oitavas-de-final da Libertadores,
novamente por um time brasileiro, próximo de perder um título importante para
um grande rival, o São Paulo chega ao clássico contra o Santos com o comando
interino de Milton Cruz. E aí, mais uma vez, observamos a ironia esdrúxula que
move o futebol.
A nau santista está em situação bem parecida com a tricolor,
órfão de seu grande jogador, e com comando interino de Claúdio Oliveira. A
diferença é que o interino da Vila Belmiro tapa o buraco deixado por Muricy
Ramalho, o interino do Morumbi, guarda a vaga de Muricy Ramalho.
Mesmos caminhos, esperando chegar em lugares diferentes. Einstein previu.
E viva a falta de criatividade!
E viva a falta de criatividade!
E não se espantem se São Paulo e Santos fizerem um grande
jogo no Morumbi hoje, afinal, coerência e futebol, não andam de mãos dadas.