"Além dos sinais externos que denunciam - cabelos brancos, cabelo nenhum, rugas, barriga, essas indignidades - as gerações se reconhecem pelos jogadores de futebol que se têm na memória"

Luis Fernando Veríssimo

24 de fev. de 2014

Os Diabos Vermelhos

Toda Copa do Mundo tem aquele favorito que decepciona e aquela surpresa que a cada vitória deixa todos se perguntando: "Será?"

Em 2002, a então campeã França, voltou para Paris ainda na primeira fase, sem marcar um gol sequer. No mesmo ano, acompanhamos uma disputa de terceiro lugar entre Turquia e Coréia do Sul! Em 2006 foi a vez de um surpreendente Portugal, comandado por Felipão ficar entre as quatro melhores seleções do planeta. A decepção ficou por conta do quadrado mágico brasileiro formado pelos Ronaldos, Kaká e Adriano. Já na África do Sul, em 2010, a "surpresa" ficou por conta do renascimento da celeste uruguaia que ficou em quarto lugar e teve ainda o melhor jogador do mundial, Diego Fórlan. As decepções foram muitas, Itália, França e Costa do Marfim que chegaram muito bem cotadas, não passaram da primeira fase.

Como deu pra perceber, não é preciso voltar muito no tempo para perceber que a tônica de frustração e sucesso inesperado é uma marca do torneio de futebol mais importante do mundo. E se depender dos prognósticos, o Brasil corre o risco de presenciar uma das maiores zebras da história do futebol - pra não dizer a maior. Explico.

Em Junho vai desembarcar no Brasil uma seleção pouco notada por quem não acompanha o futebol tão de perto, e muito esperada pelos especialistas de plantão: A Bélgica.

Depois de surpreender a Europa, Marc Wilmots e seus comandados prometem dar trabalho na Copa no Mundo
A seleção belga fez uma eliminatória impecável: 8 vitórias, 2 empates e nenhuma derrota. 18 gols marcados e apenas 4 sofridos. O time comandado pelo belga Marc Wilmots prima pela qualidade técnica, e vem jogando o fino da bola.

Sob as traves estão Simon Mignolet e Thibaut Cortois. O primeiro é um dos principais responsáveis pelo bom início de Premier League do Liverpool. O segundo é o arqueiro titular do Atlético de Madrid, uma das sensações da atual temporada do futebol europeu, que acaba de derrubar o Milan, em pleno San Siro, pela Liga dos Campeões - nesse jogo aliás, Cortois operou um milagre em uma cabeçada queima roupa dentro da pequena área.

Cortois é um dos principais responsáveis pela ótima temporada do Atlético de Madrid e sério candidato a melhor goleiro da Copa

Se debaixo das traves a segurança está garantida, em frente a grande área a situação não é diferente. Vicente Kompany, titular do Manchester City desde 2008(campeão inglês em 2012) é o dono da zaga. Ao seu lado no time titular, Thomas Vermaelen, capitão do Arsenal. As opções no banco? Van Buyten e Jan Vertonghen. Buyten, apesar de reserva no poderoso Bayern de Munique é um nome a ser respeitado. Vertonghen, tem 26 anos e tem a versatilidade como grande trunfo, atua na zaga e na lateral esquerda. Foi disputado pelo principais times da Premier League no início da temporada, acabou no Tottenham.

Na cabeça de área aparece Mousa Dembélé, companheiro de Vertonghen nos Spurs, é um verdadeiro cão de guarda da defesa e ainda sobe bem ao ataque com bons arremates de longa distância. Alex Witsel, destaque do Zenit, da Rússia, também é outra boa alternativa. Fechando o meio campo, ninguém menos do que Marouane Fellaini. Atuando como segundo volante, foi o principal nome do Everton na temporada passada, desempenho que o rendeu um contrato com o Manchester United e pompa de salvador da pátria no meio campo dos Red Devils.

Hazard é o principal destaque da seleção belga
O setor de criação da equipe vai bem obrigado. Eden Hazard, camisa 10 que atua no Chelsea dispensa apresentações. Rápido e muito habilidoso, joga pela meia esquerda, quase como um ponta de lança, arma o time e invade a área para finalizar. Ao seu lado na armação estão Kevin de Bruyne e Nacer Chadli, dois jovens que também atuam no futebol inglês. Bruyne é companheiro de Hazard no Chelsea, Chadli é outro que vem do Tottenham.

O ataque é o setor que menos impressiona nos nomes, mas que passa um dos melhores momentos. Dries Mertens fez uma boa temporada pelo PSV, da Holanda. Kevin Mirallas é outro bom nome que vem do futebol inglês. Mas o cara do momento no ataque belga é Romelu Lukaku, mais um que atua na terra da rainha, Lukaku faz ótima campanha com o Everton com média de um gol por jogo.

Centroavante forte e rápido, Lukaku é o homem gol da seleção e do Everton
Marc Wilmots costuma armar a equipe no 4-2-3-1, o esquema dá mais liberdade para os alas atacarem já que os laterias têm poucas características ofensivas. Outro ponto forte é o entrosamento, já que esse time começou a ser montado em 2008, na Olimpíadas de Pequim.

A Bélgica está no Grupo H da Copa, ao lado de Rússia, Argélia e Coréia do Sul. Meu palpite? Se classifica em primeiro do grupo, e chega no mínimo até as semi-finais. Olho neles, são a surpresa com mais chances de título das últimas décadas.

Um comentário:

Ricardo JohnNoArms disse...

Belo time! Confesso que não havia notado que tinha tantos nomes bons...
Com certeza vai longe!!!

Boa análise brother
Abraço!!!